O Existencialismo em Berserk: A Busca por Significado no Caos

Berserk não é apenas um anime (e mangá) de fantasia sombria e batalhas épicas. É uma profunda reflexão sobre a existência humana, o livre-arbítrio e o enfrentamento do vazio. Guts, o protagonista, é um dos personagens mais existencialistas da cultura pop, enfrentando não apenas monstros reais, mas os monstros internos que todos carregamos. Neste artigo, exploramos como Berserk traduz o existencialismo em uma narrativa brutal e poética ao mesmo tempo.


🛡️ Guts: O Homem Contra o Mundo

Guts não nasceu herói. Ele veio ao mundo literalmente do cadáver de uma mulher enforcada – uma origem marcada pelo trauma, abandono e sofrimento. Desde cedo, sua vida foi uma sucessão de perdas, violência e rejeição. Mas, apesar disso, ele continua lutando.

No existencialismo, o ser humano é lançado num mundo sem sentido pré-definido. Cabe a ele encontrar, ou criar, seu próprio significado. Guts é exatamente isso: alguém que, diante de um universo indiferente (e muitas vezes cruel), se recusa a desistir.

🌀 O Vazio Existencial e o Niilismo

Ao longo da jornada, Guts é confrontado pelo vazio – tanto literal quanto metafórico. Ele vê amigos morrerem, é traído de forma impensável, é marcado pelo destino como um “condenado”. Seu mundo parece governado por forças que ele não pode controlar.

Essa sensação é central no existencialismo: o reconhecimento de que o universo pode não ter um sentido superior – e de que, mesmo assim, a vida precisa continuar. Em muitos momentos, Berserk toca no niilismo – a ideia de que nada tem significado – mas Guts representa a superação desse niilismo pela ação.

🔥 Liberdade, Escolha e Responsabilidade

A marca do existencialismo está na ideia de que somos livres para escolher – e por isso mesmo, somos responsáveis por nossas escolhas. Guts, apesar de ter todos os motivos para se tornar um monstro, escolhe preservar sua humanidade. Ele não age por destino, mas por vontade própria.

Mesmo quando o mundo insiste que ele deve se render à fúria ou ao desespero, ele escolhe lutar – não por vingança, mas por algo que ele mesmo constrói: um propósito, uma luz própria no meio das trevas.

💔 Sofrimento e Amor: A Humanização de um Guerreiro

A relação entre Guts e Casca também revela outra camada existencial: o amor como resistência. Apesar do sofrimento que ambos carregam, o vínculo entre eles se torna um fio condutor de humanidade. O cuidado com ela, mesmo em estado vulnerável, é um dos momentos mais poéticos da obra.

Em meio ao caos, Guts encontra pequenas âncoras de sentido – amigos, gestos de bondade, memórias. Isso é profundamente existencialista: reconhecer que o sentido da vida pode estar nas pequenas escolhas, nas conexões humanas e na resistência ao absurdo.


📚 Berserk e Sartre: A Luta Pela Autenticidade

Jean-Paul Sartre dizia que o ser humano está condenado a ser livre. Essa liberdade, que parece um dom, muitas vezes é uma maldição – pois exige escolhas difíceis e responsabilidade total. Guts é um reflexo vivo dessa ideia. Ele não pode voltar atrás, não pode se esconder, não pode seguir cegamente um líder. Ele precisa decidir quem vai ser – a cada dia, a cada batalha.

Berserk nos mostra que mesmo no mundo mais sombrio, é possível construir um caminho. Não por destino, mas por esforço. Não por iluminação divina, mas por ação humana.


🔍 Conclusão: Guts é o Herói Existencial por Excelência

Berserk é brutal, sim. Mas também é profundamente humano. Guts não é perfeito, não é moralmente impecável, nem tem respostas fáceis. E talvez seja por isso que tantos se identificam com ele. Ele sangra, cai, grita, enlouquece… mas continua.

No fundo, Berserk nos convida a uma pergunta essencial: o que você faz quando tudo parece perdido? Guts responde com a espada, mas a metáfora vai além. Ele responde com ação, com resistência, com presença.


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